Lenda da Maia
Era uma vez uma pastora chamada Maia que passava os seus dias alegremente, a guardar o rebanho nas margens de um ribeiro.
Era muito bonita, formosa e serena e um pastor chamado Tobias, muito bondoso, gostava muito dela e fazia-lhe companhia, tocando flauta.
Certo dia apareceu-lhes de repente um vagabundo que os assustou. Tobias escondeu-se atrás de um rochedo, mas Maia, hospitaleiramente, pegou na sua cabaça, encheu-a no ribeiro e ofereceu-a a Dolme. Era assim que se chamava o vagabundo, que era muito mau. Este deixou cair a cabaça de propósito e agarrou Maia com força que desatou a chamar por Tobias.
Tobias veio logo em seu auxílio para a defender do vagabundo, mas como não estava habituado a lutar, foi morto com um machado de pedra.
Maia, quando viu Tobias morto ficou apavorada e quis fugir, mas o vagabundo apanhou-a e acabou por tirar-lhe também a vida. Depois, só com as ovelhas ruminando à volta, Dolme desatou a fugir por esses outeiros fora e desapareceu na tarde.
O pai de Maia, que era Lísias, vendo que se fazia noite e a filha não chegava com o rebanho, decidiu procurá-la. Não a encontrando, regressou a casa, triste e desolado. Depois foi ao Templo que tinha mandado edificar em honra de seu pai - Baco – e orou para que nada de mal tivesse acontecido a Maia. Nessa altura, o cão que acompanhava o rebanho de Maia, uivou e ajudou-o a encontrar o corpo da filha.
Ficou como um louco com a tristeza e dor que sentia e, durante anos, ninguém o conseguiu afastar daquele local, acocorado e murmurando o nome de Maia. Os que passavam naquele ribeiro a beber um golo de água fresca, chamavam-lhe “Louco de Baco” porque ele não queria acreditar que a filha morrera.
Certo dia, porém, pareceu ao velho que Maia lhe aparecia, viva e alegre. Levantou-se a custo, estendeu os braços e iluminado de alegria íntima exclamou:
“Maia, minha filha, morro feliz!”
Recolha 2ºE